NORTHROP F-5E TIGER II

Nos anos 50, os EUA construíam caças muito pesados e complexos que requeriam uma infra-estrutura muito cara,o que tornava a operação destes dispendiosa demais.Os paises aliados, por sua vez, precisavam renovar suas frotas obsoletas de caças, mas não podiam comprar e operar os onerosos caças americanos.Para tentar resolver esse problema o Departamento de Estado lançou o requerimento de um caça leve para ser oferecido aos aliados.

Enquanto isso, a Northrop se antecipou, percebeu o problema e iniciou os estudos para desenvolver um avião de caça mais leve, mais simples e mais barato.

A USAF porém, pediu para desenvolver um treinador supersônico. Então, baseado nos estudos já iniciados, a fábrica lançou o T-38 Talou que foi adquirido pela USAF.

Avançando em seus estudos, a Northrop lançou o projeto que foi chamado de F-5, cujo vôo inaugural ocorreu em maio de 1963.O modelo de produção foi designado F-5A Freedom Fighter e teve sucesso imediato, sendo vendido para 14 paises.

Enquanto isso, a Rússia exportava para seus próprios aliados grandes quantidades de MIG 21 e colocava em operação os modernos MIG-23. Conseqüentemente, Washington decidiu que seus aliados deveriam operar um caça mais avançado. A Northrop, então lançou o modelo F-5 E denominado Tiger II. Suas diferenças em relação ao F-5 A eram: motores mais potentes, gancho traseiro para pousos curtos, maior capacidade de combustível, prolongamento do bordo de ataque na raiz da asa, melhor aerodinâmica com novo formato das entradas de ar, flapes de manobra e maior carga bélica. Praticamente um novo avião que superou o sucesso de F-5 A..

Aqui no Brasil entre os anos de 64 e 65, o Freedom Fighter era visto como o mais indicado para substituir os Gloster Meteor, no fim de sua vida estrutural. Porém, Washington não autorizava sua venda ao Brasil para evitar uma corrida armamentista na América Latina. Essa negativa levou a FAB a procurar o seu caça na Europa e a escolha recaiu sobre o francês Dessault Mirage III.

A escolha do caça europeu fez com que os americanos mudassem de atitude: começaram uma campanha contra o Mirage e pressionaram o Brasil para adquirir o F-5.

O Brasil, então adquiriu 12 Mirage III e poderia ter adquirido 48, porém foi constatado que estes aviões não poderiam cumprir missões de um caça tático como por exemplo: ataque e apoio cerrado, ele é um caça interceptador.

Conseqüentemente a FAB escolheu para avaliação: os subsônicos "Hawter Siddelez Harrier GR.1", "Aermacchi MB 326 k Veltro II",

"Fiat G-91 Y" e "Douglas A4 Skyhawk"; e os super sônicos "Sepecat Jaguar" (anglo-francês) e o "Northrop F-5 E Tiger II" (americano).

Considerando que os F-5 E eram muito superiores aos F-5 A e o Brasil precisava de um caça tático supersônico (Washington agora pressionava para que este fosse escolhido), foram adquiridas em 1973, 36 aeronaves sendo seis biplaces.Obviamente, o 1º grupo de caça, com os seu esquadrões “Senta a púa” e “Rompe mato”, foi o primeiro a receber os novos aviões que ficaram sediado na base Aérea de Santa Cruz - RJ. Além destes só o 1º/14º, o Esquadrão Pampa baseado em Canoas-RS, operava o F-5.

Depois de 30 anos de operação, a FAB fez um programa de modernização que o transformou no modelo “F-5 EM” onde foram incorporados recursos modernos como: dois computadores (intercambiáveis e sendo um reserva do outro) que recebem dados dos vários sensores, até mesmo de outras aeronaves, e o repassam ao piloto pelas telas dos mostradores do painel; um moderno HUD (Head Up Display - visor ao nível dos olhos) que permite a visualização dos dados de vôo sem desviar o olhar do objetivo; sistema HOTAS(Hands on thotle And Stick) em que os principais comandos estão situados no manche e na manete de potência; radar multímodo com modos de combate ar-ar ar-terra e até 56 km de alcance; sistema RWR(Radar Warning Receiver) que alerta quando outro avião o está enquadrando no radar; sistemas de transmissão e recepção de voz e dados; dois GPS, sendo um de reserva e um moderno computador de vôo.

Desta maneira o F5-EM tornou-se um marco para a nossa força aérea cujo processo de modernização abrange também outros modelos, como por exemplo os A-1 AMX e os A-29 Super Tucano-ALX, equipados com sistemas semelhantes. Isso permite uma padronização de procedimentos e facilita a transição entre as aeronaves. Os aviões R-99 de vigilância aérea também terão seu trabalho facilitado,pois essa padronização garante a permanente troca de dados entre estes e os diferentes vetores de combate. A nossa FAB realmente entrou no século 21.