GEIV (Grupo Especial de Inspeção em Vôo)

O Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV) foi criado pelo Decreto Presidencial de 17 de outubro de 1972, que implantou a Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV), sendo ativado mediante a Portaria R-003 de 17 de abril de 1973. O objetivo de sua criação foi o de executar as atividades de Inspeção em Vôo para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), proporcionando a todas as aeronaves, civis e militares, a realização segura de suas atividades durante todas as fases do vôo. Atualmente, o GEIV é subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e está baseado no Aeroporto Santos-Dumont, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.

As inspeções em vôo dos primeiros auxílios de navegação aérea e aproximação (VOR e ILS) no Brasil começaram a ser feitas em 1956 por um bimotor Beechcraft C-18S cedido pela CAA (Civil Aviation Agency, atual FAA - Federal Aviation Administration), dos Estados Unidos, sob responsabilidade da CAAG (Civil Aviation Assistance Group) para atuar no projeto CONTRAF (Controle de Tráfego Aéreo). Equipado com dois receptores de navegação (VOR e ILS) e dois gravadores, essa aeronave também era responsável pelo treinamento dos primeiros pilotos brasileiros nessa atividade. Todas as inspeções em vôo eram realizadas por pilotos da CAA, mas sempre acompanhados por pilotos brasileiros.

Em 1958, a Força Aérea Brasileira enviou aos Estados Unidos alguns oficiais para realizarem na academia da CAA, em Oklahoma, o curso de piloto-inspetor, constituindo a primeira tripulação operacional de Inspeção em Vôo do Brasil. No mesmo ano, a FAB adquiriu seu primeiro avião-laboratório, o Douglas EC-47 Dakota (FAB 2065), especialmente adaptado para essas missões, iniciando as suas atividades em 21 de fevereiro de 1959. Em 1960, com o crescente número de inspeções, surgiu a necessidade de ser criado um departamento para planejamento e interpretação das análises coletadas durantes as missões. Sendo assim, foi criada a Seção de Registro e Controle de Vôo, dentro da estrutura da Diretoria de Rotas Aéreas. Em 1971, com a reestruturação do Ministério da Aeronáutica, houve a extinção da Diretoria de Rotas Aéreas, o que acabou acarretando uma modificação na estrutura da inspeção em vôo, surgindo assim o Grupo Especial de Inspeção em Vôo.

Atualmente o GEIV é responsável pela inspeção dos equipamentos de comunicação, de trajetória de aproximação visual (VASIS / AVASIS), sistema de pouso por instrumentos (ILS), trajetória de aproximação de precisão (PAPIS), sistema de luzes de aproximação (ALS), equipamentos medidores de distância (DME), rádio-farol não direcional (NDB), estação VHF omnidirecional (VOR), equipamentos de recalada (VHF-DF), radares (primário, secundário) e radares de aproximação de precisão (PAR), garantindo que todos os sistemas estejam em perfeito funcionamento.

A partir da Portaria Interministerial número 73, de 28 de fevereiro de 1985, que criou o Sistema de Rádio-monitoragem, coube ao GEIV monitorar, identificar e localizar interferências prejudiciais no espectro das freqüências destinadas aos Serviços Aeronáuticos (SMA), tais como indústrias, rádios autorizadas ou não-autorizadas, freqüências piratas, entre outras.

O sistema é composto por uma estação embarcada em um EC-95, uma estação móvel instalada em um veículo, seis estações transportáveis e duas estações centrais com capacidade de analisar os dados enviados pelas estações móveis. O sistema possui capacidade para pesquisar freqüências de 20 MHz a 3000 MHz, com modulações AM (Amplitude Modulada) e FM (Freqüência Modulada). Dentro do Sistema de Rádio-monitoragem, o GEIV apenas localiza e identifica o problema, cabendo a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e a Polícia Federal eliminar e punir os responsáveis pelas interferências.

O Douglas EC-47 Dakota foi utilizado até o ano de 1976, quando o GEIV recebeu quatro Embraer EC-95 Bandeirante. Alguns anos após, começaram a chegar os jatos de fabricação inglesa BAe (Hawker Siddeley) HS-125-400 conhecidos na FAB como EU-93 Dominie. Posteriormente, diversas aeronaves Bandeirante nas versões EC-95B e EC-95C foram recebidas. No final da década de 1990, para atender as necessidades do Projeto SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) foram adquiridas aeronaves Raytheon BAe EU-93A (Raytheon BAe Hawker 800XP), equipado com o Sistema Automático de Inspeção em Vôo (AFIS - Automatic Flight Inspection System) e o painel de inspeção SIERRA 9711, que proporcionou ao GEIV o que existe de mais moderno no mundo para esse tipo de missão. A apresentação do primeiro EU-93A aconteceu no dia 12 de junho de 2000.

Para o transporte dos técnicos até os locais a serem inspecionados, o GEIV utiliza um Embraer C-95A Bandeirante com a camuflagem padrão da FAB.

Autoria: SPOTTER/CECOMSAER