A história dos ensaios em vôo remonta ao começo do século quando Alberto Santos Dumont realizou o primeiro ensaio em vôo do mundo pendurando seu 14-Bis sob o balão de número 14 para testar suas características do vôo antes de fazê-lo voar. Outro capítulo importante foi o primeiro vôo oficial de ensaio de uma aeronave desenvolvida no Brasil: o protótipo do helicóptero BF-1 Beija-Flor.em 03 de setembro de 1958.
Em fins de 1961 foi criada, no Centro Técnico Aeroespacial, a Seção de Operações e Ensaios em Vôo, mais tarde denominada Subdivisão de Ensaios em Vôo. As atividades de ensaios se resumem em conhecer o desempenho, as qualidades de vôo e as características de uma aeronave a fim de verificar se a mesma corresponde na prática ao que foi projetado para seu desempenho. O mesmo vale para novos sistemas de armas, aviônicos, instrumentos e quaisquer itens que precisem ser instalados em aeronaves.
Um acidente ocorrido em 11 de julho de 1966, durante um vôo de ensaio com o helicóptero protótipo Beija-Flor, revelou a necessidade de se ter pilotos, engenheiros e instrumentadores especializados na atividade de ensaios em vôo. Conseqüentemente, o CTA passou a enviar seus profissionais para três escolas de formação: EPNER- Ecole du Personnel Navigant d'Essais et de Reception (França), Empire Test Pilot School (Inglaterra) e USAF Test Pilot School (Estados Unidos).
O desenvolvimento de novos projetos de aviões nacionais e as necessidades da Força Aérea exigiam que houvesse mais profissionais qualificados, o que exigiria gastos altíssimos com os cursos no exterior. Decidiu-se, então, pela implantação no CTA de um curso de ensaios em vôo com o nível tão próximo quanto possível das escolas existentes no exterior. Sendo assim, foi implantado em 1986 o curso de ensaios em vôo. Em 2003 a Divisão de Ensaios em Vôo foi reconhecida como escola de formação de nível internacional.
Em 2003, após o acidente com o Veículo Lançador de Satélites, o CTA se submeteu a um profundo processo de reestruturação com o objetivo de eliminar deficiências administrativas em todos os setores. Entre as soluções adotadas destaca-se a elevação de categoria da Divisão de Ensaios em Vôo que passou ser um Grupo de Aviação e passou a se chamar “Grupo Especial de Ensaios em Vôo”.
O “Grupo Especial de Ensaios em Vôo” foi criado e efetivado em janeiro de 2006 com o desafio de dar continuidade ao trabalho que começou em 1961. Alguns fatos e curiosidades do nosso grupo:
A manutenção das aeronaves é muito complexa, porém séria e competente: os trabalhos de ensaio exigem o uso de oito modelos diferentes: AT-26 Xavante, CH-55 Esquilo, T-25 Universal, T-27 Tucano, C-97 Brasilia, XU-93 HS125, A-1 AMX e C-95 Bandeirante;
O Esquadrão de Instrução, depois de ter sido reconhecido pelos órgãos internacionais, poderá ministrar os cursos de piloto, engenheiro e instrumentador aos membros de outras forças aéreas;
O hangar X-10, que foi o berço onde nasceu o primeiro protótipo do Bandeirante, passou a abrigar a Seção de Material, responsável pela manutenção das aeronaves. Ele possui um espaço interno bem maior que o antigo hangar, o X-40;
O emblema do "Grupo Especial de Ensaios em Vôo” mostra um desenho
do primeiro ensaio em vôo feito por Santos Dumont com o 14 bis.