O EMB-120 BRASILIA

No final dos anos setenta a Embraer já tinha acumulado bastante experiência com a construção e desenvolvimento de aviões e cogitava a sua entrada no segmento de aviões maiores. Como o mercado de aviões regionais na faixa de 30 a 40 assentos estava se expandindo, ela decidiu, após analisar o mercado, oferecer um avião de 30 lugares pressurizado. A idéia de um avião pressurizado chegou a ser cogitada pouco depois do lançamento do Bandeirante, quando foram feitos alguns desenhos de novas versões deste, como por exemplo: jato, hidro-avião, alongado e pressurizado. O lançamento do avião pressurizado Xingú e a fabricação de mais de 100 unidades deste capacitou a fábrica ao lançamento de um novo aparelho.

A proposta do Brasilia era oferecer às empresas de transporte regional um avião com pressurização de 7 psi, de alta velocidade e que atendesse os requisitos FAR 25 estabelecidos pela FAA (Federal Aviation Administration). No início da produção o EMB-120 já era o mais rápido (583km/h), o mais leve e o mais silencioso do mundo em sua classe.

O mercado de aviões mudou de forma muito rápida e os passageiros passaram a dar preferência aos jatos, o que fez com que sua produção não chegasse a 400 unidades, apesar de ser um sucesso de vendas. Porém, sua fuselagem oferecia a possibilidade de futuros alongamentos, o que tornou possível o lançamento da família ERJ.

Sua produção foi transferida para a subsidiária Neiva em Botucatu, no final dos anos noventa, pois suas vendas eram muito inferiores às vendas dos jatos. O sucesso da Embraer no mercados de jatos hoje em dia deve-se muito a este turbo-hélice, que incorporou em seu projeto o máximo de tecnologia, pesquisa e experiência que a fábrica tinha disponível.

Cada novo modelo que a Embraer lança no mercado torna-se um marco na história desta. E o EMB-120 Brasilia, assim como os outros, é um pilar que sustenta a consolidação da Indústria Aeronáutica Brasileira.


Paralelamente às vendas do Brasilia, a Embraer cedeu o seu terceiro protótipo ao CTA (Centro Técnico Aeroespacial) para que fosse por ele utilizado para a realização de importantes trabalhos de testes na Divisão de Ensaios em Vôo durante quase vinte anos. No ano de 2004 esse mesmo avião foi entregue ao Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos para que fosse pintado. Esse mesmo Parque o utiliza hoje em seus vôos administrativos.