EMB-110 BANDEIRANTE

Em 1965 a FAB precisava substituir a sua frota de aviões DC-3 (aviões adquiridos a baixo preço como “sobra de guerra”), com urgência. A aviação civil também aposentava os seus DC-3 e os substituía pelos turbo-hélices. Nessa mesma época havia no CTA, então chamado de Centro Tecnológico de Aeronáutica, um grupo de engenheiros aeronáuticos interessados em desenvolver novos projetos de aviões para o Brasil.

Nessa mesma época o engenheiro francês Max Holste, responsável pelo projeto da família de aviões Broussard e Super Broussard, estava de passagem pelo Brasil. Ele foi convidado a trabalhar junto com essa mesma equipe de engenheiros para desenvolver novos projetos de aviões. Foi decidido, então, fabricar aqui uma versão turbo-hélice de seu Broussard Major.

O projeto foi designado “IPD/PAR 6504” e a equipe foi composta por Ozires Silva, Guido Pessotti, Ozílio Carlos da Silva e outros, além do francês. A experiência de Max Holste somada ao entusiasmo e competência da equipe de brasileiros foi de fundamental importância para o desenvolvimento do projeto.

O primeiro vôo do avião foi no dia 26 de outubro de 1968. A partir daí terminou o trabalho do engenheiro francês, que retornou à França. Começou então a parte mais difícil: conseguir apoio para produzir em série um projeto que era, até então, o maior avião desenvolvido no país.

No ano de 1969, o então diretor do CTA, brigadeiro Paulo Vítor da Silva, “comprou a briga” e conseguiu convencer o Governo Federal a criar a “Empresa Brasileira de Aeronáutica - EMBRAER”. Ela foi criada como empresa de capital aberto e seus primeiros acionistas tinham o direito de descontar até 1% do Imposto de Renda.

O avião foi redesenhado para melhorar seu perfil aerodinâmico, ganhou motores mais potentes, e foi nomeado como Bandeirante - nome que designa também o individuo desbravador que abre novos caminhos em busca de riquezas.

Em 1972 foi criado no Brasil o SITAR (Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional) para prover de transporte aéreo aquelas localidades menores que tinham perdido vôos regulares por causa do surgimento de grandes jatos comerciais. A Embraer, então, lançou no mercado a versão civil do Bandeirante que era a melhor solução para as empresas regionais que nasciam àquela época.

Depois de vender mais de 100 unidades, sendo 80 para a FAB, a Embraer começou estudos para lançar o modelo no exterior. Esses estudos resultaram no lançamento dos modelos P1 e P2 que eram mais compridos, possuíam motores mais possantes e menor ruído interno. O modelo P1 possuía também uma porta de carga e foi o modelo que mais sucesso fez no EUA, pois ele podia carregar passageiros de dia e carga à noite.

Outras versões foram desenvolvidas:

Outras versões foram cogitadas e algumas chegaram a ter seus desenhos divulgados: Hidro-avião, jato, avião pressurizado com cauda em T. Porém, o seu projeto era baseado em um desenho da década de 50. Apesar de ser extremamente robusto não permitia maiores desenvolvimentos, pois o mercado exigia projetos de construção mais moderna.

Depois de vender 496 exemplares ao mundo todo, o Bandeirante faz jus ao seu nome. Como se fosse um daqueles aqueles homens rudes, os bandeirantes, ele desbravou novos caminhos, lutou, sofreu, mas conseguiu conquistar riquezas inestimáveis para o nosso país.

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